Alimentação na Gravidez

Trabalho realizado com a colaboração dos alunos do 3º ano de Licenciatura em Enfermagem do ano lectivo 2023/2024: Inês Afonso, Leonardo Beleza, Maria Moreira, Gonçalo Leite, Dânia Matos e João Rodrigues. 

A gravidez é um processo transicional na vida das mulheres que acarreta diversas modificações de vida. Entre elas, as alterações na alimentação são um foco de grande importância para a enfermagem para que a mulher se sinta empoderada e com conhecimentos sobre como proceder à gestão da sua alimentação. 
Assim sendo, e segundo a Direção Geral de Saúde (DGS, 2022), existem um conjunto de 10 recomendações para uma alimentação saudável e segura na gravidez, as quais passamos a explicar:


1. Manter um peso adequado

Se num período pré-gravídico a manutenção de um peso ajustado é fulcral, durante a gravidez o cenário não é diferente. É importante que a mulher mantenha uma alimentação ajustada às suas necessidades nutricionais, seguindo as dicas faladas posteriormente, aliando as mesmas a uma prática de atividade física (150 minutos de atividade físico).  Quanto ao peso, este deve variar no 2º e 3º trimestre, mantendo-se relativamente o mesmo no 1º, de acordo com o IMC no período pré gravídico, como demonstra a tabela seguinte.

O IMC é calculado a partir da divisão do peso (kg) pela a altura (m)2. 
No caso, por exemplo, uma pessoa pesar 64kg e mede 1,63m, o calculo do IMC pode ser feito da seguinte forma:
  • 1,63 x 1,63 = 2,66 
  • 64 / 2,66 = 24,1. 
  • O IMC neste caso é 24,1. 

2. Realizar uma alimentação equilibrada e completa

As várias refeições do dia devem garantir que a alimentação seja variada, completa e equilibrada, e sempre constante todos os dias. Assim, é recomendado que ao pequeno-almoço e nas merendas a grávida combine laticínios, fruta, cereais integrais e frutos oleaginosos.
Por sua vez, as refeições principais devem ser iniciadas com uma sopa de legumes, acompanhadas por um prato principal que deve conter hortícolas (1/2), tubérculos e/ou leguminosas (1/4) e carne, peixe ou ovos (1/4).

3. A escolha dos alimentos…

A escolha dos alimentos deve ser feita com base nos nutrientes a consumir em menor e maior quantidade. Assim, é importante evitar gorduras, sal e açúcar, e consequentemente os alimentos que tenham estes em maiores quantidades. Por outro lado, podemos dividir em 6 grupos os alimentos que devem ser priorizados e a sua correlação com os respetivos nutrientes:

  • Carnes, Peixe e Ovos (proteína, zinco e ferro): deve consumir em cada refeição principal cerca de 100 gramas deste grupo, dando preferência a carnes magras. Quando ao pescado, deve consumir entre 233 e 350 gramas por semana, com baixos níveis de metilmercúrio.
  • Laricínios (proteína, zinco e cálcio): deve consumir 3 porções de laticínios por dia.
  • Cereais e Derivados (zinco, folato e ferro): deve dar preferência aos cereais integrais, pois são mais ricos em nutrientes e fibra.
  • Fruta e Hortículas (folato, ferro e cálcio): deve consumir 4 peças de fruta por dia, com pelo menos 1 delas rica em vitamina C e 1 prato de sopa com hortícolas a acompanhar a refeição principal.
  • Leguminosas (proteína, zinco e folato): deve acompanhar as refeições principais com leguminosas, por exemplo adicionar 2 a 3 colheres na sopa.
  • Frutos Oleaginosos (zinco, ferro e cálcio): deve consumir uma porção (20g) de frutos oleaginosos, 4 vezes por semana.

4. Rotina alimentar

A grávida deve manter um número regular de refeições diárias, evitando o chamado “petiscar”. Nesta fase a mulher pode estar com o apetite aumentado, pelo que esta rotina alimentar frequente pode ser uma grande estratégia para promover a saciedade e reduzir as probabilidades de uma ingestão excessiva.
Um conselho pode passar por intercalar as três refeições principais, com duas a três pequenas refeições intermédias.

5. Comer na dose certa

Aquando da gravidez as necessidades energéticas são ligeiramente aumentadas (aprox. 500 kcal). Este aumento deve ser feito a partir de alimentos ricos em nutrientes, vitaminas e minerais. 

6. Não fazer dietas restritivas

A gravidez deve ser livre de restrições e deve incluir alimentos de todos os grupos da roda dos alimentos. Uma alimentação restrita com vista na perda de peso não deve ser realizada durante este período. 

7. Beber água

De forma a manter uma hidratação adequada, e também para ajudar a grávida manter-se saciada, é recomendado beber entre 8 e 10 copos por dia, evitando refrigerantes e sumos de fruta.

8. Limitação da cafeína e exclusão do álcool

No que diz respeito não só à gravidez, mas também à lactação, o consumo de qualquer bebida alcoólica está contraindicado. Ademais, a ingestão de cafeína não deve ser superior a 200 mg/dia, que equivale aproximadamente a 6 chávenas de chá, e aproximadamente 2 cafés expresso.

9. Suplementação nutricional

A suplementação só deve ser iniciada após uma avaliação profissional, sendo esta individualizada e especifica para cada caso.

10. Regras de segurança alimentar

Durante a gestação há diversas alterações que ocorrem com o corpo da mulher no sentido de se preparar para o desenvolvimento do feto e do parto. Assim sendo, as mudanças hormonais que ocorrem proporcionam uma diminuição da resposta do sistema imunitário e isto faz com que a gestante fique mais suscetível a algumas bactérias e parasitas, o que pode provocar infeções para o feto. Uma vez que este não tem capacidade de as combater é necessário um maior cuidado no que diz respeito á alimentação. Neste sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2006), criou 5 regras chaves como mostra na imagem no sentido de sugerir uma alimentação mais segura. 



Bibliografia 
  • World Health Organization, Five keys to safer food manual, World Health Organization, Editor. 2006.
  • Direção Geral de Saúde (2022). 10 Recomendações para uma Alimentação Saudável e Segura na Gravidez. https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp2020/wp-content/uploads/2022/07/GuiaAconselhamento_Parte-I-Final-1.pdf 





















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