Conferência do Centro Colaborativo da Organização Mundial de Saúde em Nutrição e Obesidade Infantil

No passado dia 19 de outubro de 2021 realizou-se a primeira “Conferência do Centro Colaborativo da Organização Mundial de Saúde em Nutrição e Obesidade Infantil”, em Lisboa, no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Assim, durante a tarde, decorreram intervenções de um conjunto de especialistas do Departamento de Alimentação e Nutrição (DAN), do Centro de Estudos e Investigação em Dinâmicas Sociais e Saúde (CEIDSS), e de pares europeus provenientes da Warwick Medical School (Reino Unido) e da Universidade de Atenas (Grécia), sobre temas relacionados com os perfis nutricionais dos alimentos e os comportamentos alimentares e as suas consequências para a saúde, na infância.
Ao longo da conferência, foram abordados diferentes temas por vários oradores convidados, dos quais se destacam:
“Redução de sal: devemos começar na infância?”
A redução de sal na infância é uma medida de extrema importância para diminuir a prevalência de doenças metabólicas e cardiovasculares, como a obesidade e a hipertensão. Esta redução irá permitir que durante o crescimento se criem hábitos mais saudáveis, que, enquanto adultos, serão mais fáceis de manter. Deste modo, a OMS definiu a meta de até 2025 reduzir o consumo de sódio em 30%. Estima-se ainda, que uma redução do consumo de sal até aos 5g por dia, poderia evitar até 2.5 milhões de mortes por ano.
“Aplicação do modelo do perfil nutricional em alimentos consumidos por crianças dos 0 aos 36 meses.”
Através da aplicação do Modelo do Perfil Nutricional da OMS (linhas de orientação técnica baseadas nos valores nutricionais dos alimentos), foi possível verificar que apenas 30% dos alimentos se encontravam de acordo com o mesmo, sendo que o principal motivo de incumprimento se devia aos açúcares adicionados. Nos produtos analisados, o teor energético, de gordura e sódio apresentaram valores adequados. Estes resultados suportam a continuação da implementação das linhas orientadoras do modelo referido, tornando os alimentos mais saudáveis, possibilitando a sua promoção para as crianças. A reformulação dos critérios presentes neste modelo, constitui uma importante medida de saúde pública, permitindo uma melhoria dos alimentos disponíveis no mercado. Assim, torna-se possível prevenir situações de má nutrição, de excesso de peso, obesidade ou doenças crônicas não transmissíveis relacionadas com a alimentação.