PROGRAMA DE RASTREIO DE CANCRO DA MAMA DA LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO

O cancro da mama é um problema de saúde pública, apesar de não ser dos mais letais, têm uma alta incidência e uma alta mortalidade, sobretudo na mulher (apenas 1 em cada 100 cancros se desenvolvem no homem). Actualmente em Portugal com uma população feminina de 5 milhões, surgem 4.500 novos casos de cancro da mama por ano, ou seja 11 novos casos por dia, morrendo por dia 4 mulheres com esta doença.

Para obviar a este estado calamitoso o exame clínico e a mamografia são meios para um diagnóstico precoce.

São conhecidos alguns factores de risco para o cancro da mama, muito associados aos estilos de vida e a características reprodutivas inerentes à vida moderna e ocidentalizada. De notar que há entre 5 a 10% dos cancros da mama diagnosticados que aparentam características genéticas e hereditárias que, caso sejam confirmadas, obrigam a um acompanhamento mais precoce e cuidadoso das familiares.

A grande dificuldade em diminuir a prevalência dos factores de risco para o cancro da mama justificam uma prevenção secundária, isto é, que sejam concretizados procedimentos e atitudes de um diagnóstico o mais precoce possível das lesões malignas. Eles incluem o controlo rigoroso e periódico por mamografia e, quando adequado, ecografia, recorrendo ao aconselhamento pelo Médico Assistente, sobretudo a partir dos 40-45 anos.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro é uma organização não governamental com vários objectivos direccionados para a problemática oncológica. Nas actividades relativas à prevenção do cancro da mama, destaca-se, desde 1986, o Rastreio de Cancro da Mama iniciado na Região Centro do País, que tem permitido o diagnóstico de centenas de cancros em fase inicial e, consequentemente, curáveis ou controláveis.

Na verdade, com o Rastreio do Cancro da Mama pretende-se não só um diagnóstico precoce, descobrindo tumores muito pequenos, muitas vezes não palpáveis e só vistos em mamografia ou ecografia ou em fase evolutiva não invasiva permitindo assim tratamentos menos mutilantes (cirurgia conservadora) e menos traumatizantes e uma sobrevida livre de doença e global mais longa. Por exemplo, para melhor avaliação da importância do Rastreio, bastará comparar um tumor que tenha menos de 2 cm de diâmetro tem uma sobrevida aos 10 anos de 85% e um tumor disseminado, com lesões noutros órgãos terá uma sobrevida aos 10 anos menor de 15%.


O Programa de Rastreio de Cancro da Mama (desenvolvido em estreita colaboração com os Cuidados de Saúde Primários) cobre actualmente toda a Região Centro do País (77 concelhos), bem como os distritos de Beja, Bragança, Évora, Portalegre, Santarém, Viana do Castelo e Vila Real e concelhos dos distritos de Braga, Porto, Lisboa e Setúbal. 

Utiliza sobretudo unidades móveis que se deslocam de 2 em 2 anos aos concelhos e unidades fixas. São enviadas cartas-convites às mulheres em idade rastreável (45-69 anos) inscritas nas Unidades de Saúde para realizar uma mamografia (exame gratuito).

Esse exame radiológico é estudado por 2 radiologistas que, em caso de dúvida, chamam a mulher a uma consulta clínica de aferição. Se subsistirem dúvidas, são encaminhadas para instituições hospitalares onde realizarão um diagnóstico final e, caso a suspeita se confirme, serão rapidamente tratadas.
É assim que a nível nacional foram já executadas mais de 1.600.000 mamografias de Rastreio e detectados cerca de 2.200 cancros – mas a maioria de pequenas dimensões, o que permitiu um tratamento menos agressivo, mais eficaz e, mesmo em muitos casos, a cura total.
Mas este trabalho terá que continuar – com mais empenhamento da população, com maior participação das mulheres, com ainda maior esforço dos profissionais envolvidos e com maior disponibilidade financeira para adquirir mais e melhores meios de diagnóstico.



Fonte: Liga Portuguesa para o Cancro

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